terça-feira, 21 de junho de 2011

Metade

Começa o inverno,
frio em dias de sol,
escuro em dias claros...

Lembro dos dias de verão,
quentes em dias de chuva,
claro em dias escuros...

Termino sem dias,
nem frios nem quentes,
nem escuros nem claros...

A proximidade da distância,
a visão do invisível,
o cheiro do inodoro...

As cores se fundiram,
no mundo incolor,
silenciaram o mundo...

Tantos fortes,
tantos bravos,
tantos se superam...

Ou todos mentem,
ou todos fingem,
eu não consigo...

Não consigo nada
nem tudo,
nem pouco,
nem muito...

Me sinto conscientemente igual,
como ontem,
como semana passada,
como mês passado...

Como há dez meses atrás,
dez meses iguais,
imparciais,
indiferente dentro do diferente...

Sem sal,
sem mal,
sem ar,
sem par...

Murchei e virei metade!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Saudade, saudade...

Ainda parece um pesadelo
que não termina...
É difícil aceitar e continuar
sem você...

Hoje me sinto meia,
talvez duas,
quem sabe nenhuma,
talvez nada...

A dor continua a mesma,
nada mudou...
Me retirei do palco,
fechem as cortinas!

Quero viver diferente,
outra realidade...
Parem o mundo,
quero sair dele!

Quero o absurdo,
o irreal,
o impossível,
o inimaginável!